terça-feira, 9 de junho de 2009

UMA OUTRA HISTÓRIA DE REALENGO


Por:Heloisa
Ao contrário da versão de que Realengo seria uma abreviatura de “Real Engenho”, o nome teria como origem o termo “Campos Realengos”, usado para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria.



No reinado de Dom Pedro II, Realengo se converteria em Zona Militar, com a instalação da escola de tiro e da Imperial Academia Militar. Após a proclamação da República, uma série de instalações militares veio a se implantar no bairro, como o 1º Batalhão de Engenheiros (1897), a fábrica de cartuchos e artifícios de guerra (1898) e a Escola de Guerra (1911) que, mais tarde, transferiu-se para o Município de Resende.



A ferrovia chegou em 1878, com a inauguração da estação de Realengo. Terras desmembradas da antiga Fazenda Piraquara dariam lugar a arruamentos e respectivos loteamentos como o Bairro Barata, Bairro Piraquara, Vila Itambi, Jardim Novo Realengo, entre muitos outros. Do lado norte da linha férrea, surgiram os loteamentos Jardim Água Branca e Batan.



Nas décadas de 1970 e 1980, foram construídos conjuntos habitacionais como os conjuntos Dom Pedro I, Capitão Teixeira e Água Branca, e surgiram comunidades de baixa renda como a Vila São Miguel, Batan, Cosme Damião, entre outras.



Destacam-se, no bairro, a Universidade Castelo Branco (1995), a Lona Cultural Gilberto Gil (1998) e a importante Floresta do Piraquara, última grande área verde nas encostas setentrionais do Maciço da Pedra Branca.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.







A região ficava próxima à aldeia “SAPOPEMBA”, na época da invasão francesa, em 1555. Com a ocupação portuguesa, o governador Salvador Correa de Sá doou sesmaria nas imediações dessa aldeia a Gonçalo Gil, para as bandas do “Piraquara” (PIRÁ-QUARA, “o buraco do peixe”). Posteriormente, diversas outras sesmarias foram doadas na região, destacando-se as de Clemente Paes Pereira, Gaspar da Costa, Luiz de Paredes e Isabel Gomes da Costa. Com o correr dos anos, essas sesmarias se transformaram em sítios, fazendas e engenhos, como a dos Afonsos, do Piraquara, entre outros. Ao contrário da versão de que Realengo seria uma abreviatura de “Real Engenho”, o nome teria como origem o termo “Campos Realengos”, usado para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria. A Estrada Real de Santa Cruz (atuais avenidas Marechal Fontenelle e de Santa Cruz) era a principal via da região. Em 1720, já existia em suas margens uma capela de Nossa Senhora da Conceição, com cemitério nos fundos e fonte de pedra com marco ao lado. O Padre Miguel Mochon a refez e ampliou e, em 1910, criou a paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Realengo, sendo o seu primeiro vigário. Quanto à Fazenda Piraquara, foi adquirida pelos irmãos Manoel e João Fernandes Barata, que a tornaram uma das mais produtivas da freguesia de Campo Grande. Plantaram grande canavial e montaram engenho com alambique para a produção de aguardente, além da olaria e da criação de gado bovino. A fazenda foi herdada pelos seus descendentes, como Claudino Fernandes Barata e outros, ficando como recordação dessa época a casa da “Fazenda dos Baratas”, no pé da floresta do Piraquara, atualmente invadida e arruinada. A principal Serra do Maciço da Pedra Branca - que faz o limite entre Realengo e Jacarepaguá - é denominada Serra do Barata em homenagem a essa família.
Conta a tradição que a comitiva de Dom Pedro I, quando viajava para Santa Cruz, parava na Fonte de Pedra da Capela Nossa Senhora da Conceição para saciar a sede dos cavalos, enquanto o Imperador ia saborear a cachaça do vendeiro defronte. No reinado de Dom Pedro II, Realengo se converteria em Zona Militar. Em 1859, a área ao sul da estação seria o “Campo de Marte”, onde o exército instalou sua escola de tiro e a Imperial Academia Militar. Após a proclamação da república, em 1897, no lugar da escola de tiro foi implantada a Escola Preparatória e de Tática e o 1º Batalhão de Engenheiros. Em 1898, foi a vez da fábrica de cartuchos e artifícios de guerra de Realengo e, em 1911, veio a Escola de Guerra, transferida de Porto Alegre. Por decreto de 30 de abril de 1913, foi restabelecido o nome da Escola Militar de Realengo, que permaneceria atuante até sua transferência, em 1943, para a Escola Militar de Rezende (depois Academia Militar das Agulhas Negras). Destacam-se na história militar da região o general Sezefredo Passos,Secretário de Guerra no governo Washington Luís, e o Coronel Xavier de Brito, que comandou o levante militar de 1922 na Escola de Realengo. A ferrovia chegou à região em 1878, com o ramal de Mangaratiba, e a estação de Realengo foi inaugurada em 2 de outubro de 1878, defronte ao Campo de Marte. As terras desmembradas da Fazenda Piraquara dariam lugar a arruamentos e respectivos loteamentos, surgindo as ruas do Piraquara, dos Limites, do Governo Leocídia, os loteamentos Bairro Barata, Bairro Piraquara, Vila Itambi, Jardim Novo Realengo, Jardim Uberlândia, Vila Mallet etc. Do lado norte da linha férrea, a principal via era a estrada da Água Branca, até a abertura da avenida Brasil. Lá estão os loteamentos Jardim Água Branca e Batan. Os conjuntos habitacionais foram construídos nas décadas de 1970 e 1980, como os conjuntos Dom Pedro I, Capitão Teixeira e Água Branca. Surgiram também comunidades de baixa renda como as da Vila São Miguel, do Batan, Cosme Damião, Vila João Lopes, Vila do Almirante, Carumbé, Vila Santo Antonio, Birigui, entre outras. Destacam-se, no bairro, a Universidade Castelo Branco (1995), a Lona Cultural Gilberto Gil (1998) e, na divisa com o bairro de Magalhães Bastos e o Parque Estadual da Pedra Branca - abrangendo as Serras do Barata e do Bangu -, a importante Floresta do Piraquara, última grande área verde nas encostas setentrionais do Maciço da Pedra Branca, com acesso pela rua do Governo. Como fato curioso da história do lugar, consta que Augusto Severo de Albuquerque, por encomenda do Marechal Floriano Peixoto, iniciou a construção em um Hangar, próximo a Escola Militar, do seu primeiro balão dirigível “O Bartholomeu de Gusmão”, com 60 mts de comprimento e duas hélices. Sua primeira experiência aérea foi realizada em 1894, no Campo de Marte, sem o sucesso esperado. Em 1908, no mesmo local, o Tenente Juventino Fernandes da Fonseca fez um vôo de demonstração com um Balão Militar, que terminou tragicamente, com sua queda e morte na Serra do Barata. Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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